ATA DA SEXAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 21.08.96.

 

Aos vinte e um dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a Segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Letícia Arruda. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Ordinária e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Qüinquagésima Sétima da Sessão Ordinária. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Elói Guimarães, 01 Indicação nº 57/96 (Processo nº 2025/96); pelo Vereador Isaac Ainhorn, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, 01 Projeto de Resolução nº 21/96 (Processo nº 2058/96); pelo Vereador Raul Carrion, 01 Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 Projeto de Resolução nº 21/95 (Processo nº 1557/95). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 219/96, do Senhor Cézar Busatto, Secretário de Estado da Fazenda/RS; 1217/96, do Deputado Estadual Mendes Ribeiro Filho; 2637/96, da Coordenadora Geral do Fundo Nacional do Meio Ambiente, Senhora Cecília Faloni Ferraz. Na ocasião, os Vereadores Artur Zanella e Edi Morelli formularam Questões de Ordem acerca da regimentalidade da tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 157/95. Em prosseguimento, o Senhor Presidente prestou informações ao Plenário acerca das condições de trabalho do Plenário Otávio Rocha. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Edi Morelli solicitando a realização de um minuto de silêncio em virtude do falecimento do ex-Deputado Estadual e ex-Vereador desta Casa, Moab Caldas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal lamentou o falecimento do ex-Deputado Estadual Moab Caldas. A seguir, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Dib, Edi Morelli, Nereu D’Ávila, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, Requerimento do Vereador Edi Morelli adendado pela Vereadora Maria do Rosário solicitando inversão dos trabalhos da presente Sessão, bem como alteração da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, obtendo vinte e um Votos SIM, dois Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, onde votaram Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Letícia Arruda. Não os Vereadores João Dib e Nereu D’Ávila, optando pela Abstenção o Vereador Luiz Negrinho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum discorreu sobre a Segunda Semana Estadual da Pessoa Portadora de Deficiência Física, discorrendo também sobre a situação desses deficientes em nosso Estado. O Vereador Dilamar Machado criticou os entraves administrativos da Administração Municipal aos vendedores ambulantes de sorvetes e picolés não pertencentes às grandes empresas produtoras de sorvete industrializado. O Vereador Antonio Hohlfeldt falou sobre as dificuldades causadas para o transporte coletivo da Cidade em virtude da nova sistemática adotada pela Administração Municipal que exige a anotação do número das cadernetas escolares dos usuários de passagem escolar pelos cobradores. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol solicitando seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 76/96 e do Projeto de Resolução nº 19/96. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 62/96. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 103/95, bem como a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores João Verle, Reginaldo Pujol e Edi Morelli, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, foi rejeitado, por dez Votos SIM e onze Votos NÃO, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 164/95, ficando prejudicada a Emenda nº 01 aposta ao Substitutivo, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Edi Morelli, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Milton Zuanazzi, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Letícia Arruda e Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann e Maria do Rosário. A seguir, o Projeto de Lei do Legislativo nº 164/95 obteve quatorze Votos SIM e dois Votos NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas e Raul Carrion, votando Não os Vereadores Edi Morelli e João Dib, declarando, o Senhor Presidente, nula a votação por inexistência de “quorum”. Às dezesseis horas e quarenta e dois minutos o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos por inexistência de “quorum”, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli, Reginaldo Pujol e Fernando Záchia, e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e Dilamar Machado, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

ERRATA

 

ATA DA SEXAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA – 21.08.1996.

 

- Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes à votação do Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 164/95, onde se lê “(...) Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores João Verle, Reginaldo Pujol e Edi Morelli (...)”, leia-se “(...) Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores João Verle e Reginaldo Pujol, tendo o Ver. Edi Morelli cedido seu tempo de discussão para o Ver. Reginaldo Pujol (...)”.

 

 

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, falo com bastante antecedência para não ter problema: na folha 12 há um Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Darci Campani, que autoriza o Executivo Municipal a criar a Exposição Municipal de Agropecuária, que implica locais e uma série de gastos, etc. E eu não vejo, ali, o Parecer da Comissão de Finanças e Orçamento, que, evidentemente, havendo gastos, eu imagino que teria que ser ouvida. Como não estão presentes nem o Presidente e nem o Vice-Presidente da Comissão, neste momento, eu consulto a V. Exa. se não seria necessária a passagem deste Projeto pela Comissão de Finanças.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Nobre Vereador, a tese de V. Exa., em princípio, tem a guarida e a mesma visão deste que preside os trabalhos. No entanto, nós vamos consultar a Diretoria Legislativa.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Requerimento): Eu já requeiro a oitiva da Comissão de Finanças e Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE: Rigorosamente, não caberia um Requerimento para uma matéria desta natureza, porque é uma matéria de interpretação, mais do que de votação dos Srs. Vereadores e uma matéria que poderia ser deferida pela própria Mesa Diretora, de plano. Mas o questionamento formulado por V. Exa. será de grande valia para uma deliberação que será tomada por esta Presidência, no momento oportuno, ainda durante a Sessão.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no mesmo sentido, como implica gasto grandioso, conforme disse o Ver. Artur Zanella, este gasto vai sair dos cofres do Executivo; o Executivo arrecada do povo, portanto, é dinheiro do povo que vai ser colocado neste Projeto. Eu pergunto, se a CEDECON – Comissão de Defesa do Consumidor, que é o povo, se também não teria que ter Parecer neste Processo.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos consultar a Diretoria Legislativa, mas também nos inclinamos nesse sentido, Vereador.

 

O SR. EDI MORELLI: Obrigado. Sr. Presidente, gostaria de fazer um Requerimento, para que a Casa faça 1min de silêncio pelo passamento de Moab Caldas, ex-Deputado Estadual, ex-Vereador e também líder das religiões africanas no Rio Grande do Sul. Portanto, solicito que a Casa faça esta homenagem póstuma a esse grande líder.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Edi Morelli. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

(É feito 1min de silêncio).

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaríamos de informar aos Srs. Vereadores, especialmente ao Ver. Pedro Américo Leal, que demonstrou, há alguns dias, uma preocupação com relação ao uso do plenário Otávio Rocha, de que recebemos um relatório do responsável pelas obras, o Engenheiro Alegre. Informa que foram executadas todas as obras civis, inclusive as instalações de ar-condicionado, estando pendentes a instalação elétrica definitiva do Plenário, conforme Processo 434/96, bem como o sistema de sonorização. Relativamente ao sistema de sonorização há a necessidade de contratação de profissional para elaboração de projeto definitivo, o que possibilitará posterior abertura de licitação para a sua execução. Tramita na Casa o Processo nº 1621 com proposta para o projeto em questão.

Recebemos da Presidenta da Comissão Especial de Licitações uma manifestação: “Conforme solicitação, informamos que o Convite 20/96, iluminação do plenário, foi marcada a abertura do envelope nº 02, no dia dezenove de agosto, às 10h”. Já foi aberto, mas não temos a informação.

Recebemos do Sr. Diretor de Patrimônio, em relação à sonorização, a seguinte informação: “Conforme solicitação, informamos que a Gerência de Obras desta Casa está aguardando outros orçamentos para elaboração do projeto de sonorização do Plenário Otávio Rocha uma vez que existe apenas um orçamento; Sr. Erlon de Oliveira Morshe, especialista em sonorização, no valor de hum mil reais, Processo nº 1621/96. Informamos ainda que esta Gerência de Obras manteve contato com as empresas COTEMPO e VETOR ENGENHARIA especializadas em sonorização, objetivando obter propostas de custos para a realização dos serviços referidos. Cabe registrar que o Processo citado foi encaminhado à Gerência de Obras em primeiro de agosto solicitando outros orçamentos, assinado, Eng. Luiz Carlos Alegre”.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a bandeira da loja maçônica está a meio pau. Poderia ser qualquer outra bandeira; poderia ser uma bandeira de associação espírita, de Assembléia de Deus, de clube esportivo, até de uma organização militar, fosse o que fosse. A bandeira está a meio pau. É o mais nobre sinal de pesar que a pátria ou uma organização pode render a um filho seu. Morreu Moab Caldas! E quem não precisou de Moab Caldas? Quem não admirou esse homem, esse líder espiritual, meu amigo pessoal? Quem o procurou que não recebesse dele uma palavra de afeto, de carinho, de reconhecimento e até de acompanhamento? Moab fez da sua vida um verdadeiro “dar de si”. Moab se deu no jornalismo, como escritor, como líder de comunidade. Moab procurou, com aquela figura esquálida, pequena, reduzida, ir acima de si para atingir os outros.

Lembro perfeitamente que Moab não tinha partido. Esquerda ou direita? Qual é o partido de Moab? Recordo-me que, quando entrei nesta sala em 1986 ou 1988, na oportunidade em que ele recebia o título de Cidadão de Porto Alegre, não cheguei a sentar. Moab interrompeu seu discurso e citou uma das maiores – segundo ele dizia – honras que ele havia recebido: que eu tinha brigado com o Presidente da República – e ele alardeava isso a todos que eu havia brigado com o Presidente da República, Emílio Médici pela sua cassação. É verdade. Em 1971, assistente, amigo de Médici, briguei com o Presidente, interrompi as relações porque cassou Moab Caldas. E ele, V. Exa. devia estar aqui neste dia, interrompeu a solenidade para citar isso; era, talvez, o maior galardão que ele podia apresentar a todos, de que um homem da direita – que sou eu – havia brigado com o seu Presidente da República para ficar ao lado dele. Por isso disse ao Ver. João Dib que hoje eu desejava falar, porque queria extravasar a minha inconformidade, a minha rebeldia com este passamento tão precoce. Foi-se Moab Caldas!

Estive hoje em seu velório, lá encontrei Artur Zanella, Nereu D’Avila e outros Vereadores que irão até às 17 horas render o seu pleito de homenagem a este pequenino ser, que, vindo do norte para o sul do Brasil, fez aqui um concerto de amizades incríveis, de grandes amizades e de grandes devedores dos seus atributos. Este passamento me tocou profundamente porque era meu amigo.

Desejo dizer a todos que hoje estou profundamente triste, e esta Casa também, porque ele foi jornalista, foi Deputado, ele foi tudo, era um homem simples, se esgueirando por entre os outros, sem nenhuma fidalguia nem nobreza. Era um homem igual a todos, e morreu assim, sem que ninguém soubesse que ele havia morrido, de repente. Surpreendeu-me com sua morte. Eu recebi a sua morte pela televisão, e fiquei profundamente revoltado porque não estive ao lado do meu prezado e querido amigo nos momentos de aflição dele, quando lutava contra a morte. Apenas fui ao velório, mais nada! É um momento de tristeza para esta Casa porque se foi um grande companheiro, deputado e radialista como disse, e teve as agrúrias de uma cassação injusta, por motivos religiosos e não políticos. E lutei até o fim, em 1971, quando as coisas eram acirradas, para que ele não fosse cassado e que não tivesse essa grande mágoa. Briguei com Presidente da República, com muita honra. Dez anos depois reatamos a amizade, não me arrependo. O galardão que meu amigo alardeava por todos os cantos que ia, é verdade. O Moab Caldas se foi e esta Casa, com ele, permanece triste e hoje é uma tarde de nostalgia. Estamos profundamente tristes e queira Deus que o Moab se encontre no lugar que merece, sorridente, contando anedotas e “ciscando como galinha arisca”, como ele era e que demonstrava a todos. Minha amizade a Moab Caldas e a dos Senhores. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Nobre Ver. Pedro Américo Leal, quando V. Exa. se manifestava pelo conjunto das Lideranças da Casa, manifestava-se, também, em nome de toda Casa.

 

O SR. EDI MORELLI (Requerimento): Solicito que venha a Ordem do Dia em primeiro lugar e coloco, também, a inversão de votação dos Projetos, uma vez que temos Títulos Honoríficos, nomes de ruas. Votaríamos, pela ordem, os Processos das fls. 18,17,20,10,13 e 16, respectivamente, PLL nº 76/96, PLL nº 62/96, PR nº 19/96, PLL nº 103/95, PLL nº 164/95 e PLL nº 35/96.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, é possível votar, após os Títulos, o PLE nº 67/95, que trata do vale-refeição, de fl. 11? O mesmo já tramita há vários dias.

 

O SR. PRESIDENTE: É possível, Ver. Edi Morelli? (Assentimento do Ver. Edi Morelli). Em votação o Requerimento do Ver. Edi Morelli. (Pausa). O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Surpreende-me, Sr. Presidente, o Requerimento do nobre Ver. Edi Morelli, eis que S. Exa. sempre se insurgiu contra as alterações de Ordem do Dia, Pauta, Grande Expediente e Comunicações, e o faz com correção, eis que o Regimento está aí para ser respeitado. Vou votar contrariamente ao Requerimento, porque há coisas que a CCJ me deve e a grande oportunidade que eu teria era discutir a Pauta, onde há duas alterações de contrato. Eu perguntava à CCJ, entre outras coisas, se pode ou não pode o Executivo assinar um contrato depois do dia 3 de julho, 180 dias antes do término da Administração. Não entendo, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que essa Administração que está aí, que defende tanto os trabalhadores, fique com o dinheiro dos trabalhadores. E não tenho oportunidade de falar se não for na Pauta. Então, preciso que a Pauta seja colocada em primeiro lugar. Analisei o Orçamento da Prefeitura e vejo que nos seis primeiros meses a arrecadação tributária da Prefeitura foi 82% da previsão do Orçamento; 85% do IPTU; 83% da previsão de ISSQN já foi arrecadado; 64% do ITBI já foi arrecadado em seis meses; o Fundo de Participação dos Municípios já repassou 88% em seis meses.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): O Ver. João Dib argumenta que não tem tempo para falar, mas se é Líder da Bancada, fala a hora que bem entende.

 

O SR. JOÃO DIB: Não falo na hora que bem entendo, porque o Regimento dá à Liderança uma comunicação em cada Sessão Ordinária. E esta foi usada, e muito bem, pelo Ver. Pedro Américo Leal para saudar o nosso querido Moab Caldas.

Mas, precisava falar, porque essa Prefeitura não sancionou a Lei que daria oportunidade para o Prefeito pagar o 13º salário para os servidores municipais em julho. Ele só quer aplicar no sistema financeiro.

Então, como vou dizer para a Casa que 77% do ICM já foi arrecadado até o mês de julho, que 82% do Imposto de Renda Retido na Fonte já foi arrecadado até o mês de julho, que 79% a mais, além da previsão do IPVA, já foi arrecadado em seis meses. E outras receitas previstas já foram arrecadadas. Como vou falar sobre isto, se permitir que o Ver. Edi Morelli faça a mudança da Ordem do Dia e da Pauta? Prefiro que seja a Pauta em primeiro lugar para que possa discorrer sobre estes números todos que apresentei aqui, que estudei comparativamente no Orçamento da Prefeitura.

Portanto, encaminho contrariamente à pretensão do Ver. Edi Morelli. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Edi Morelli está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de sua autoria.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, disse bem o Ver. João Dib, que sou contra a inversão dos trabalhos desde a Legislatura passada. Se querem mudar, que mudem o Regimento da Casa. Mas dois motivos fizeram com que eu apresentasse este Requerimento. Primeiro, muito pouco se tem votado nesta Casa, pela ausência de quorum, que é retirado no meio das Sessões. O segundo e principal motivo é que o Ver. Pedro Américo Leal fez um discurso em nome da Casa – e o parabenizo por isto -, mas esta Casa precisa, através de seus representantes, os Srs. Vereadores, prestar a última homenagem ao grande líder espiritual do Rio Grande do Sul, Moab Caldas, ao grande político. E disse bem o Ver. Pedro Américo Leal: quem já não precisou de Moab Caldas?

Ver. Nereu D’Ávila, não é discurso demagogo, conforme disse V. Exa., porque eu pretendo ir ao sepultamento de Moab Caldas. E se nós nos apressarmos, porque são projetos de fácil votação, poderemos prestar a última homenagem a ele. E repito, Ver. Nereu D’Ávila, não costumo usar esta tribuna, como alguns Vereadores fazem, para demagogia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra, para encaminhar o Requerimento do Ver. Edi Morelli.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero dizer que lamento que esta Casa nunca aceitou a minha proposta, por duas vezes inserida e rejeitada na mudança do Regimento de que houvesse concentração de matéria na quarta-feira. Nós estamos agora votando um Requerimento de alteração da Ordem do Dia porque o desejo do Vereador que requereu é que na quarta-feira sejam votadas matérias. Eu acho que ele tem razão. Mas, já que não está inserido no Regimento, Sr. Presidente, V. Exa. é democrático e sensível – eu sugeriria que determinasse à Diretoria Legislativa, através do 1º Secretário Ver. Fernando Záchia, também, muito compreensivo, que quarta-feira nós ficássemos aqui votando as matérias e segunda e sexta fosse aliviado, conforme eu coloquei no Regimento, porque os Vereadores têm compromisso de campanha eleitoral e ninguém é de ferro. Não vamos ficar na intenção. Nós temos os nossos compromissos. Uma das proposições que eu fiz para o Regimento, quando o Ver. Jair Soares ainda estava aqui, era que terça, quarta e quinta, nós ficássemos aqui votando e segunda e sexta, conforme a Assembléia e a Câmara Federal fazem, ficássemos com as Comissões. Mas já que não foi feito isso, nós temos que carregar a quarta-feira para a votação da matéria.

Eu até acho que esta Sessão deveria ser suspensa em razão da memória de Moab Caldas e para que os Vereadores pudessem ir, em comissão, ao enterro desse eminente líder. Eu quero, em nome do PDT, solidarizar-me com as palavras do Ver. Pedro Américo Leal, que fez todo o epitáfio do ex-líder umbandista Moab Caldas, que muito fez pela religião, escrevendo um artigo brilhante “Os irmãos trigêmeos”, o africanismo, a umbanda e o kardecismo de Allan Kardec, o codificador do espiritismo em 1848, na França. Ele foi deputado muito jovem do PSB, depois passou para o PTB, porque viu que o PSB era um partido conservador, indo para um partido de massa, o PTB. Foi colhido pela cassação, depois não conseguiu reeleger-se. Moab é um patrimônio do Rio Grande, embora não seja riograndense. Esta Casa outorgou-lhe o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre.

Ou nós ficamos na quarta-feira trabalhando e votando as matérias ou, em caso especial, como hoje – pela morte desse líder que foi deputado, uma figura tradicional nos meios de comunicação – como eu creio até que já estamos correndo para votar algumas coisas, suspendermos a Sessão. O Vereador Presidente poderia delegar uma comissão em nome da Câmara para acompanhar o enterro do ex-Deputado, líder umbandista Moab Caldas. Aliás, Sr. Presidente, faço agora essa sugestão oficial para que V. Exa. designe, entre outros que V. Exa. queira, o Ver. Edi Morelli, o Ver. Pedro Américo Leal, o Ver. Zanella, se quiser, e eu, como uma Comissão Especial para ir ao enterro de Moab Caldas e que suspenda a Sessão em sua homenagem, por que, se não ficaremos atropelando a votação e com pressa para ir ao enterro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: É interessante a sugestão de V. Exa., mas nós só queríamos um esclarecimento: V. Exa. sugere a designação de uma comissão ou a interrupção e a indicação de uma comissão? Nós até gostaríamos de ter a honra de acompanhar V. Exas. Agora, isso não prejudica a entrada na Ordem do Dia, Vereador.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, de nossa parte, reconhecendo a importância de Moab Caldas para a Cidade e o Estado do Rio Grande do Sul, consideramos relevante que autorizemos a ida de uma Comissão de Vereadores para participarem do velório e enterro de Moab Caldas, mas achamos importante que a Sessão prossiga para que votemos alguns Projetos. Que seja autorizada pelo Plenário a ida de uma Comissão ao velório e ao enterro.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos ouvir os Vereadores e depois encaminhar uma solução, até porque estamos num processo de votação de uma proposição. Agora, a aprovação ou a rejeição da proposição não exclui o exame posterior da proposta de V. Exa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, lamentando não estar aqui quando foi apregoado o Requerimento e vendo que existe uma discussão, eu pediria que V. Exa., até para que eu tenha plena consciência sobre se devo, ou não, participar deste debate ou se devo me restringir a votá-lo, me colocasse a par do teor do Requerimento.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Em primeiro lugar, Sr. Presidente, a Sessão começa às 14 horas, com 15 minutos de tolerância. Penso que um Vereador, quando quer tomar conhecimento do que acontece no Plenário, deva estar aqui no horário. Em segundo lugar, eu não sei se estão formando Comissão sem o Requerimento ter sido votado. Já não entendo mais nada do Regimento da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a V. Exa. assiste, totalmente, razão. O Ver. Nereu D’Ávila, ao encaminhar, pela Bancada trabalhista, agregou uma outra solicitação. Recebemos como encaminhamento e sobrestamos o seu Requerimento para após a votação deste que está sendo encaminhado. A menos que V. Exa. retire o Requerimento.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Não vou retirar o Requerimento, mesmo porque o velório é às 5 horas da tarde, e nós podemos trabalhar até às 4h e meia, quando a Comissão, que está sendo formada, poderia se retirar.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, nós entendemos a preocupação do Ver. Nereu D’Ávila, que, pela representatividade e pela dose de conteúdo humano que cerca o falecimento de Moab Caldas, está muito comovido.

Em votação o Requerimento do Ver. Edi Morelli para ingresso imediato na Ordem do Dia. (Lê o teor do Requerimento).

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pergunto a V. Exa. se eu posso participar da Mesa dos trabalhos, sendo um Requerimento de minha autoria.

 

O SR. PRESIDENTE: Não pode.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pergunto a V. Exa. se em seguida o meu Requerimento será colocado em votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, logo após a votação do Requerimento do Ver. Edi Morelli. Até porque vamos apregoar o Requerimento, formalmente, e os Vereadores, se quiserem, terão o espaço regimental de encaminhamentos em nome das Bancadas, pela natureza pluripartidária da Casa.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Edi Morelli, adendado pela Verª. Maria do Rosário, solicitando a inversão na ordem dos trabalhos da presente Sessão, bem como a alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. A votação será nominal. (Após a chamada). APROVADO o Requerimento por 21 Votos SIM, 02 Votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Requerimento): Eu mantenho o Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exa. poderia formalizá-lo oralmente?

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sim, que a Sessão fosse interrompida em homenagem ao falecimento de Moab Caldas e designada uma comissão para os atos de sepultamento.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa sugere que votemos a interrupção e convida as Lideranças partidárias para acompanharem no passamento.

 

O SR. JOÃO DIB: O meu Partido indica o Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós indagaríamos a V. Exa. se não seria interessante nós ouvirmos os Srs. Vereadores, porque, desde o início da Sessão, vários Vereadores manifestaram a intenção de usar o tempo de Liderança e seria um bloqueamento do seu exercício parlamentar – até porque outros Vereadores se manifestaram – o cerceamento da sua atividade. Então, ouviríamos as Lideranças inscritas, entraríamos na Ordem do Dia e votaríamos esses Projetos já definidos, e votaríamos o seu Requerimento. Pode ser isso, Vereador?

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Pode, Sr. Presidente, eu concordo.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a concordância do Ver. Nereu D’Ávila, nós passamos a palavra ao Ver. Paulo Brum para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria de salientar que hoje iniciamos a II Semana Estadual da Pessoa Portadora de Deficiência que vai do dia 21 até o dia 28, com uma comemoração no Palácio do Governo, onde se darão várias comunicações de fatos, conquistas e lutas das pessoas portadoras de deficiências.

Nós temos alguns fatos a comemorar. Em nível de município estamos comemorando o início da implantação do sistema de transporte adaptado aos deficientes físicos de Porto Alegre. Salientamos, também, a Comissão Permanente para tratar da política de atenção integral aos deficientes de Porto Alegre. Consideramos, assim, que há um elo de ligação entre os deficientes e o Gabinete do Sr. Prefeito.

Gostaríamos de destacar, também, que esses dois fatos, que consideramos de extrema importância para a luta das pessoas portadoras de deficiências, tiveram como ato de determinação a questão política do Administrador Dr. Tarso Genro que, em todas as vezes que colocamos esses fatos, determinou o estudo da implantação dessas duas conquistas que consideramos de vital importância para a vida das pessoas portadoras de deficiências em Porto Alegre.

Em nível estadual, também temos conquistas a nos rejubilar. Primeiro é o programa que o Governador está assinando, o Programa de Ação Integral da Política Estadual, para tratar dos assuntos das pessoas portadoras de deficiências em nosso Estado, programa esse constituído por todas as Secretarias do Governo, por todas as federações de entidades que congregam pessoas portadores de deficiências e o poder público, reconhecendo o direito dessas pessoas. O Sr. Governador do Estado também está assinando hoje um programa de crédito especial junto ao BANRISUL para que as pessoas portadoras de deficiências adquiram equipamentos para facilitar suas vidas.

Colocávamos que existem hoje linhas de crédito para que uma pessoa possa comprar uma bicicleta, mas, infelizmente, não havia linhas de crédito para que pudéssemos comprar uma cadeira de rodas. Levamos essa questão ao Sr. Governador que, sensível ao nosso apelo, realizou mais este sonho: a partir de 1º de setembro, os deficientes que necessitarem de uma cadeira de rodas, uma perna mecânica, um aparelho auditivo, ou aparelhos para melhorar suas vidas, terão um crédito especial do BANRISUL, com juros subsidiados, num prazo de doze meses.

Hoje, a Câmara Municipal se integra a essas comemorações. Às 17 horas ocorrerá a primeira mostra de Arte da pessoa portadora de deficiência, no saguão da Câmara.

É com satisfação que vemos que, gradativamente, os deficientes vêm conquistando o seu espaço, o seu direito de cidadãos, além de vermos o reconhecimento, por parte das nossas autoridades, dos nossos direitos. Passamos a escrever a nossa própria história. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa deseja solidarizar-se com o Ver. Paulo Brum pelo seu pronunciamento, almejando que os fatos positivos por ele anunciados se concretizem plenamente.

O Ver. Dilamar Machado está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma cidade grande como Porto Alegre é feita não só de monumentos, de empreeendimentos, mas, acima de tudo, é feita de pessoas. A administração do município que não entender que não são apenas pessoas as lideranças sindicais oficiais, a burguesia universitária, ou mesmo as lideranças cooptadas aqui, ou ali, mas que todas as pessoas da cidade são pessoas, são seres humanos, são sujeitos ao direito da tão decantada cidadania, deveria saber que o Sr. João Renato Soares Pires, 39 anos de idade, pobre, preto, chefe de família, 4 filhos menores e que o Sr. Carlos Alberto Freitas da Silva, 51 anos de idade, pobre, pai de 4 filhos menores, têm os mesmos direitos que qualquer André Juanpeter que hoje foi homenageado pela Casa, porque são cidadãos de Porto Alegre. A profissão do João Renato e do Carlos Alberto é sorveteiro. Eles estão engolfados, há algum tempo, juntamente com vários chefes de família, numa operação que a Prefeitura fez, entregando a uma só empresa o monopólio da venda de sorvetes em carrinhos na Cidade de Porto Alegre – sorvete é carrinho da KIBON – nem sei se é uma empresa nacional, ou multinacional. Peço a atenção e o apoio da Bancada do Partido dos Trabalhadores, sei que o Ver. João Motta, uma das grandes figuras do Partido dos Trabalhadores, andou lutando por eles, não conseguiu, em face da arrogância, da prepotência, de algumas pessoas que põem uma estrelinha no peito, recebem um CC da Prefeitura e acham que são donos da verdade e da vida dos cidadãos. Disseram ao Sr. João Renato o seguinte: “Vira as costas e vai embora, porque aqui tu não vais conseguir nada, e não será com o cartão do João Motta que vais resolver”.

O Sr. João Renato Soares Pires há quinze anos, Ver. Hohlfeldt, tinha o seu ponto de vender sorvetes em frente ao Cinema Vitória. Aqui está o atestado de um Administrador de Empresas, o Sr. Gilberto Nazário, Gerente do Cinema Vitória, que diz o seguinte: “Declaramos, a quem interessar possa, que o Sr. João Renato Soares há quinze anos está instalado, com o seu carrinho de sorvetes da KIBON, em frente ao Cinema Vitória, esquina da Rua Borges com a Rua Andrade Neves, nada constando que desabone sua conduta pessoal ou profissional, exercendo a sua atividade dignamente”.

O Sr. Carlos Alberto da Silva Freitas – ambos estão aqui nos ouvindo – teve, durante vinte anos, o seu ponto de sorvetes na Rua Uruguai com a Rua Sete de Setembro. Ambos são pobres. Sorveteiro rico que vende picolé eu não conheço, talvez um sorveteiro rico seja o dono da KIBON. O sorveteiro que vende o picolé não fica rico, levando talvez, no fim da vida, meia dúzia de trocados para alimentar seus filhos. Pois eles não tiveram oito reais, mais umas parcelas – eu sei que o total foi de vinte e um reais – para renovar a licença. Por essa razão foram retirados dos seus pontos, onde há vinte e quinze anos trabalhavam, estando, hoje, sem trabalho e sem condições de levar sustento para suas casas. Nesse meio tempo, o Partido dos Trabalhadores pegou um ponto de um ambulante, lá no Centro da Cidade, instalou uma tenda de camelô e utiliza o ponto para vender bandeiras, estrelinhas e decalques do PT. Aí, pode. Não tenho nada contra que o Partido dos Trabalhadores venda, buscando recurso para a sua campanha, está no direito dele, o que não pode é pisotear o direito do cidadão. Será que é por que são pessoas pobres, são anônimos, talvez, no contexto social, pessoas que nunca tiveram seu nome publicado no jornal ou na televisão? Se o João Renato der um tapa num fiscal, por exemplo, em seguida ele sai na página policial.

Peço providências aos companheiros do Partido dos Trabalhadores e ao representante do Sr. Prefeito para que os Srs. João Renato Soares Pires e Carlos Alberto da Silva Freitas sejam chamados na SMIC e tenham a sua situação resolvida. Tenho certeza de que nós, Vereadores, poderemos juntar os vinte e um reais. Se não tiver apoio, eu o faço sozinho, mas não vamos deixar um chefe de família sem poder dar comida aos seus filhos. Isso não é maneira de tratar as pessoas. Diz o PT na sua propaganda que o PT faz bem, mas faz bem o quê? Se fizer assim com as pessoas do povo, faz mal. Será que o Prefeito Tarso Genro sabe disso? Acredito que não. Pelo que conheço do Prefeito Tarso Genro ele não iria outorgar, aceitar uma atitude dessa ordem. Por isso espero, em nome da Cidade de Porto Alegre, em nome desta Casa – porque acredito que nenhum Vereador vai dizer que não estou falando a verdade, nem os companheiros do PT – espero que o Partido dos Trabalhadores nos dê uma solução, em poucas horas. Digam: “olha, os homens voltaram a seus pontos, vão trabalhar ou pegaram um ponto melhor para trabalhar”. Porque não pode, num aspecto de miséria que atinge a classe pobre de Porto Alegre, deixarmos mais duas famílias miserabilizadas por mera arrogância ou por falta de R$ 21,00. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, passei, ontem, metade da tarde visitando a Santa Casa e conhecendo o trabalho que o Dr. João Polandizik vem desenvolvendo naquela instituição – ele que será homenageado por esta Casa no dia 13 de setembro – e passei a outra metade da tarde na Secretaria Municipal dos Transportes resolvendo uma série de pequenos problemas. Pequenos, às vezes, para nós, mas que se tornam grandes problemas, como esse que o Ver. Dilamar Machado mencionou, para as partes interessadas ou envolvidas. Uma das questões que tentei discutir com a SMT, e trago, aqui, para conhecimento da Bancada do PT, a pedido, inclusive, dos fiscais e funcionários da SMT, porque eles dizem que não há como resolver o problema, que não são ouvidos pelas chefias – e muito menos pelo Secretário – trata-se de uma situação que está ocorrendo a partir de uma decisão que a SMT tomou, aliás, acertadíssima, de exigir que os estudantes que possuem carteira escolar apresentem o passe escolar ao cobrador, quando da utilização dos ônibus, na passagem da roleta. A partir daí, a iniciativa da CONORTE – exatamente, os consórcios formados pelas empresas que atuam na Zona Norte – foi estendida, imediatamente, através da ATP a todas as empresas de ônibus, à revelia da SMT, porque não há nenhum documento oficial da Secretaria Municipal dos Transportes e na Lei não consta. Estão exigindo as empresas de ônibus que o cobrador anote o número da carteira escolar. Há viagens que já são demoradas – imagine a CARRIS na hora do pique da PUC – estar lá o cobrador anotando carteirinha por carteirinha, e seis ônibus em fila esperando para largar os passageiros e não largam. Sabe por que Ver. Lauro Hagemann? Porque, como a TREVO está fazendo, cobrador que não anotar o nº de carteirinha “toma gancho” no dia seguinte. E a SMT não faz nada, os fiscais quando são procurados dizem que não deram esta ordem. Na verdade, nem eles nem a SMT deram esta ordem, mas a Associação de Transportes de Passageiros – ATP outorgou esta ordem aos permissionários.

O resultado disso foi que agora tem cobrador de ônibus nessa Cidade tomando gancho às pampas, desde a última semana e, mais do que isso, tem estudante e professor que usam a carteira de passe escolar, que estão preferindo pagar a passagem inteira para não perder tempo e não se incomodar, no sentido não de mostrar a carteira, que, quero ratificar, acho que é da obrigação, está na Lei e tem que ser cumprido, mas por que tem que ficar esperando ser anotado aquele número comprido, imenso, que é difícil de anotar com o ônibus em movimento? É mais complicado, porque, sobretudo, o cobrador, nós sabemos, nem sempre é de grandes letras ou de grandes números, tendo dificuldades de passar o garrancho com a letrinha tremida, passar os números, errando, riscando e anotando de novo.

Quero fazer esse registro, porque quero separar essas duas coisas, ou a SMT de fato está entregando o controle de ônibus para a ATP. Queria lembrar o discurso do então candidato Olívio Dutra, que era contra os monopólios, e o do Partido dos Trabalhadores, que denunciava os monopólios e garantia que queria assumir o controle do sistema, Ver. Lauro Hagemann, e todos nós acreditamos e participamos dessa luta e eu muito mais, talvez, na condição de Secretário, na época. E hoje o que estamos fazendo? A ATP faz o que bem entende e a SMT se omite porque, de fato, segundo conversei com alguns fiscais ontem, eles já levaram o caso às suas chefias e estas deram de ombros. Enquanto isto, estudantes e professores são prejudicados com o atraso das viagens, motoristas “levam gancho” porque atrasaram as viagens e cobradores “levam gancho”, recebem anotações nas suas carteiras, nas suas fichas, nas empresas, porque, às vezes, não conseguem de fato anotar os números. Resultado: ainda tem que tirar do bolso o dinheiro para ressarcir as passagens.

Eu vejo poucos Vereadores do PT aqui, mas vejo, sobretudo, o nosso Adauto fazer a anotação. Eu gostaria que o Secretário Bertoto ou, ao contrário, dê a ordem de que mostrar carteira, sim, anotar número é ridículo e apenas prejudica a qualidade do sistema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Ver. Antonio Hohlfeldt, esta Mesa quer manifestar a preocupação com o assunto trazido por V. Exa. a este Plenário. É um problema muito sério. Inclusive este Presidente, na condição de Vereador, tem recebido reclamações neste sentido. Achamos inteiramente procedente a preocupação de V. Exa. Temos certeza de que vai encontrar guarida dentro do conjunto de Vereadores desta Casa e do próprio Prefeito Municipal que devia determinar uma medida de correção em relação a esta determinação, e, se não houver, nós vamos buscar os caminhos e os mecanismos de mobilizar a Casa no sentido de alguma medida tomar em relação a isso.

O Sr. 2º Secretário fará a chamada, para entrarmos na Ordem do Dia.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Procede à chamada). Há, quorum, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quorum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

 

PROC. 1524/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/96, de autoria do Ver. Mário Fraga, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Ricardo Leônidas Ribas. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Artigo 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Artigo 174 do Regimento da CMPA.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Considerando que o primeiro dos Requerimentos a ser votado, em função da deliberação do Plenário, que inverteu a Ordem do Dia, é o referente ao Projeto que propõe a concessão do titulo honorífico póstumo ao Dr. Ricardo Leônidas Ribas, e considerando a ausência, no dia de hoje, do autor da proposição e a deficiência de “quorum”, solicitamos à Mesa que submeta ao Plenário o Requerimento nosso, pedindo o adiamento da votação por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando que o PLL nº 76/96 tenha adiada a sua discussão por uma Sessão.

Em votação o Requerimento. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1754/96 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/96, de autoria do Ver. Edi Morelli, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luiz Antonio Cecchini.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – Art. 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, solicitando que o PR nº 19/96 tenha adiada a sua discussão por uma Sessão.

Em votação o Requerimento. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1235/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 062/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Ruy Rodrigo Brasileiro de Azambuja um logradouro público, localizado no Jardim Veronese, Bairro Belém Novo.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Jocelin Azambuja: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 62/96. (Pausa). Em votação. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2053/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 103/95, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que oficializa, no âmbito do Município, a Semana Farroupilha, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Verle: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 103/95. (Pausa). Em votação. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 103/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2716/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 164/95, de autoria do Ver. João Verle, que institui a Semana da Restinga no Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Emendas nºs 01, 02 e 03, ao Projeto, e Substitutivo nº 01, com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela rejeição do Projeto e das Emendas nºs 01, 02 e 03, e pela aprovação do Substitutivo nº 01 com Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 164/95. (Pausa). Está com a palavra o Ver. João Verle, para discutir.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Apresentamos, no final do ano passado, um Projeto de Lei que oficializa a Semana da Restinga.

É uma atividade que vem se desenvolvendo há muito tempo naquele bairro e que, segundo sugestão de vários moradores, deveria ser incluída no rol das atividades regulares do Município; e também foi trazida a sugestão de que essa Semana sempre fosse realizada no período que compreendesse o dia vinte de novembro, que é o Dia Nacional da Consciência Negra e de Ação Anti-racista porque, em geral, há uma grande participação de pessoas negras nessas atividades culturais, esportivas e de natureza variada.

Nós fizemos um Projeto bastante genérico atribuindo a organização da Semana ao Centro Administrativo Regional da Restinga, um outro órgão municipal localizado no bairro que viesse a ser designado pelo Poder Executivo, pois é um atividade do Poder Executivo e que a programação seria organizada por essa comissão e seria composta, na sua maioria, por representantes da comunidade contemplando, na medida do possível, todos os segmentos da cultura, esporte e lazer da Restinga e demos um prazo ao Executivo para que regulamentasse essa Lei.

Houve por bem o Ver. Reginaldo Pujol apresentar um Substitutivo. Nós temos, em relação ao Substitutivo do Ver. Reginaldo Pujol, duas contrariedades: a primeira é com relação à data, de cinco a doze de novembro. Nós sugerimos que seja na semana que inclua o dia vinte de novembro.

Sabemos que, de dois em dois anos, quando há segundo turno, temos eleições no dia 15 de novembro. E a Semana realizada no período imediatamente anterior à eleição certamente poderá ter prejuízo. Se for realizada posteriormente à eleição, podemos atingir, com maior facilidade, os objetivos a que ela se propõe, que é integrar aquela comunidade e não aproveitar a oportunidade para uma disputa política.

Outra contrariedade que temos com relação ao Substitutivo é que o Vereador refere uma comissão integrada por representantes de diversas entidades. Entendemos que a comunidade tenha assento garantido na comissão, como há no nosso Projeto, e que nela seja a maioria, mas que não se discrimine. Até porque, por qualquer razão, podem surgir novas entidades ou algumas das listadas podem deixar de existir ou de ter interesse no evento. Teríamos dificuldade de fazer funcionar essa comissão, porque ela ficaria muito grande – todos teriam que participar e ser ouvidos.

Assim, fazemos um apelo aos Srs. Vereadores para que aprovem o Projeto original com duas Emendas. Uma – de minha autoria – corrigindo a redação, e outra retirando um artigo que foi considerado inconstitucional pela Comissão de Constituição e Justiça, que trata da adequação das despesas das dotações orçamentárias próprias, porque entendeu que esta Casa não pode aprovar Projetos que estabeleçam gastos, como é o caso. Concordamos com essa Emenda, mas não com a Emenda do Ver. Nereu D’Ávila, que estabelece a obrigatoriedade de haver um torneio de futebol. É claro que o torneio pode ser incluído pela Comissão, mas obrigá-lo por Lei não é adequado.

Então, somos contra o Substitutivo e a favor do Projeto original. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, para discutir o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 164/95.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Antes de mais nada, por um dever de justiça, minhas homenagens ao Ver. João Verle, que propôs a oficialização da Semana da Restinga. Na verdade, Sr. Presidente, a Semana da Restinga se realiza, naquele bairro de Porto Alegre, há muito tempo.

 

O Sr. Edi Morelli: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador). Ver. Reginaldo Pujol, quero parabenizar V. Exa. e o Ver. João Verle, pela iniciativa. Alguma coisa não ficou bem clara, quando o Ver. João Verle colocou em seu pronunciamento que a data, no Projeto original, seja enquadrada no mesmo período em que se desenvolvem as festividades da semana do Movimento Negro, porque lá participam muitos negros, e por esta razão está colocada a discriminação. Ou seja, então vai ser só nessa data porque participam muitos negros? E os brancos? Então, quando se fala dos negros, é discriminação racial, mas nesse caso é discriminação racial contra os brancos.

 

O Sr. João Verle: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador). Nobre Ver. Reginaldo Pujol, eu disse no meu pronunciamento, que a proposta original coloca que deve ser a semana que inclua o dia 20 de novembro, que é o Dia Nacional da Consciência Negra e de Ação Anti-Racista, não para que seja atividades dos negros, porque somos, os brancos, também, anti-racistas. Então, disse que é importante, porque lá participam um grande número de negros e por isso a consciência negra é comemorada por todos nós, mas quem têm interesse são os próprios negros, que são discriminados.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O Projeto do Ver. João Verle, que tem um Substitutivo meu, tencionava colocar a data da realização da Semana da Restinga de forma a envolver o dia 20 de novembro, que é o dia da Consciência Negra e Anti-Racista. Salientei um detalhe: tradicionalmente, a Semana da Restinga ocorre no período de 5 de novembro a 12. Recebi inúmeros apelos da comunidade da Vila Restinga, no sentido de que ficasse a data que é tradicional. De outro lado, Ver. João Verle, preciso ser muito honesto com V. Exa.: apesar de compreendermos o sentido da proposição do Ver. Edi Morelli de que possa ser confundida essa sua iniciativa com os festejos e comemoração e movimento cultural que se dá nessa época de preservação dos valores da raça negra e do movimento anti-racista. Entendemos que coincidir os dois fatos poderia prejudicar o objetivo de um e de outro. Nesse período, até por oficialização da Casa, já existe a Semana de Zumbi, proposta por Projeto de Lei do Ver. Wilton Araújo e consagrado em Lei.

Uma coisa é a Consciência Negra, os movimentos anti-racistas, que respeitamos, aplaudimos e apoiamos; a outra é a Semana da Restinga, que tradicionalmente se realiza de 5 a 12 de novembro. Essas são as duas grandes modificações que o Projeto sofre com o meu Substitutivo.

A colocação das entidades, no art. 2º, que comporão e organizarão a Semana da Restinga, é a repetição do que na prática ocorre. Aqui se coloca que a coordenação será do Centro Administrativo Regional, que sempre foi quem organizou; segundo: o Conselho de Desenvolvimento da Restinga, que sempre participou; terceiro: o Departamento Municipal de Habitação, que todos sabem que tem, com relação à Restinga, uma vinculação profundíssima, dado que a quase totalidade das habitações ali edificadas o foram sob a sua égide, sua orientação. A Liga Independente de Futebol Amador da Restinga que é a entidade que reúne todos os clubes desportivos da Restinga, certamente, já no Projeto original o Ver. Mário Fraga colocava como um dos eventos da Semana da Restinga. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Estou vendo o desespero das taquígrafas que não estão conseguindo entender nada do que o Ver. Reginaldo Pujol está dizendo. A outra questão é que o tempo do Ver. Reginaldo Pujol se esgotou. Eu estou inscrito e cedo a ele o meu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Edi Morelli se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Reginaldo Pujol, que, anti-regimentalmente, já tinha avançado no seu tempo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Fico grato a V. Exa. Em quarto lugar, a Liga Independente de Futebol Amador da Restinga, que é a entidade que organiza as competições esportivas e que, tradicionalmente, organiza a competição na Semana da Restinga. E, finalmente, a inclusão da Associação Comercial e Industrial da Restinga já é um fato que se insere à tradição da Restinga, porque os comerciantes, os pequenos empresários lá estabelecidos contribuem – e haverão de continuar contribuindo – na realização desta Semana da Restinga. Também se coloca a 3ª Companhia Independente da Brigada Militar, a 16ª Delegacia de Polícia Civil e as entidades tradicionalistas do bairro, filiadas à 1ª Região do MTG.

Quem vive a Vila Restinga desde os seus primórdios sabe que, ao longo do tempo, quem organizou a Semana da Restinga sempre foram essas entidades. Então, colocar na Lei este fato, Ver. João Verle, é confirmar no mundo formal o que o mundo fático já fez. Tenha ou não tenha essa Lei, quem vai organizar a Semana da Restinga serão, no “frigir dos ovos”, essas entidades. É por isso que nós propusemos a mudança, com alteração da data e da organização, aprofundando mais o nosso Substitutivo para dar oportunidade a que os objetivos altamente meritórios do ilustre Ver. João Verle possam ser plenamente ressalvados e que se assegure na tradição que o desfile cívico-cultural-comunitário, que o torneio de futebol de integração passem a ser atividades não só tradicionais durante a Semana da Restinga, como também atividades oficialmente reconhecidas pelo poder público, que aí estará, inclusive, autorizado, se necessário, a oferecer o seu quinhão de contribuição, até mesmo com recursos financeiros.

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Ver. Reginaldo Pujol, vamos assegurar o tempo de V. Exa., e solicitar aos Srs. Vereadores que, se não querem ouvir o orador na Tribuna, que, pelo menos, não prejudiquem o trabalho das taquígrafas.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, então, para concluir, eu diria a V. Exa. que mesmo ressaltando, por justiça, a iniciativa do Ver. João Verle, eu pugno junto aos ilustres Pares desta Casa pela aprovação do Substitutivo, de vez que corrige, ao meu ver, dois equívocos consagrados inicialmente no Processo e que evidentemente foram flagrados aqui na Tribuna pelo autor e que demonstrou, claramente, que essa situação entra em conflito com a tradição de longa data, Ver. João Dib, onde se organiza, lá, na Vila Restinga, no período de 5 a 12 de novembro, conforme V. Exa. como Prefeito e como Vereador tantas vezes teve oportunidade de participar, os festejos inerentes à criação e a construção daquele núcleo habitacional que é uma verdadeira cidade dentro da Cidade de Porto Alegre; de outro lado, a fixação formal das entidades que comporão o comando dessas programações, Ver. Edi Morelli, pois V. Exa. é morador da Vila Restinga, sabe V. Exa. o que é tradição, determina que são essas entidades, nenhuma outra, aquelas que efetivamente realizam esses eventos, daí o meu apelo pela aprovação do Substitutivo. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 164/95. (Pausa). O Ver. João Dib solicita votação nominal. (Após a chamada). REJEITADO o substitutivo nº 01 ao PLL nº 164/95 por 10 Votos SIM e 11 Votos NÃO.

Rejeitado o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 164/95, fica prejudicada a Emenda nº 01 a ele aposta.

Em votação o PLL nº 164/95. (Após a chamada). O Projeto obteve 14 Votos SIM e 02 Votos NÃO. Anulada a votação, por falta de “quorum”.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h42min).

 

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